Imagine um lugar que não é um lugar, onde pessoas moram em casas que não são casas, compram roupas que não são roupas e interagem com pessoas do mundo todo que, apesar de serem pessoas, podem se apresentar com uma aparência completamente diferente. Este “não lugar” é o Metaverso, e parece que, no futuro, muitos de nós estaremos lá, ainda que apenas por alguns minutinhos no dia.
Trocando em miúdos, o Metaverso é como um jogo de realidade virtual (daqueles que temos que usar aqueles óculos que cobrem toda a visão) no qual você tem o seu personagem, que pode ou não se parecer com você e com o qual você explora um mapa aberto. Você tem sua casa, seus itens e objetos pessoais (que podem ser comprados) e interage com tudo como na vida real, podendo inclusive estudar.
De cara, ter um espaço virtual extremamente mais interativo do que tudo o que já existe atualmente, já nos permite pensar em uma série de possibilidades: seja visitar um lugar do mundo sem sairmos de nossas casas ou mesmo voar para chegar mais rápido a um outro ponto deste “universo virtual”.
No meio deste mundo de possibilidades, é impossível não pensar em como a educação pode se beneficiar com esta novidade. Se fomos relutantes com as tecnologias até o ponto em que uma pandemia nos forçou uma mudança rápida de mentalidade, podemos dizer que estamos prontos para surfar na onda do metaverso tão logo ele passe a ser uma realidade vivenciada pela maioria.
Inovar no ensino, ainda mais em uma época na qual os jovens já não vivem sem seus eletrônicos é praticamente uma questão de necessidade. E, neste ponto, os mais adaptados costumam obter os melhores resultados.
Qual a origem do Metaverso?
Tudo começou no início da década de 1990, antes mesmo da popularização da Internet. Neste ano, o escritor Neal Stephenson lançou o livro “Snow Crash”, no qual um entregador de pizza é um samurai em uma realidade virtual chamada… Metaverso.
De lá pra cá, o conceito teve tentativas de aplicação, sendo um dos mais bem sucedidos o aplicativo chamado “Second Life”, que misturava um pouco de game interativo com rede social e trouxe atrações interessantes como um show do U2 dentro do mundo digital em uma época em que a maioria dos brasileiros sequer tinha internet banda larga de qualidade.
A iniciativa lutou para se manter na ativa e, em 2020, teve um revival durante a pandemia. Entretanto, ainda não é o que se espera do Metaverso anunciado por Mark Zuckerberg, fundador do Meta, empresa que detém Facebook, Instagram e WhatsApp.
Ainda que tenha tentado uma vertente mais educativa, o Second Life está longe do metaverso quando o assunto é ensinar e compartilhar conteúdos.
E como o metaverso será usado na educação?
Imagine uma aula de biologia onde os alunos podem fazer um mergulho no oceano para aprender sobre as espécies aquáticas? Ou um seminário de geografia sobre os estados brasileiros feito por alunos destes próprios estados mostrando os principais pontos de cada região em um mapa interativo? Ou ainda um tour pela Grécia antiga reconstruída digitalmente? As possibilidades são infinitas e a imersão dos alunos pode chegar a níveis nunca antes pensados.
Além disso, o Metaverso ainda traz possibilidades que resolvem problemas antigos da educação, como:
Acessibilidade: o metaverso dá acesso remoto a pessoas, locais e instituições de ensino em qualquer lugar do globo sem a necessidade de deslocamento, aumentando a inclusão e diminuindo custos. Além disso, pode tornar a educação mais democrática e trazer conteúdos pensados especialmente para portadores de deficiência.
Desenvolvimento de habilidades do século XXI: Pensando nas novas possibilidades do mercado de trabalho, o metaverso é o lugar ideal para trabalhar várias habilidades dos mais diversos níveis, inclusive as soft skills.
Promoção da motivação e foco: incluindo novas abordagens à educação, as aulas tornam-se mais dinâmicas e engajadoras, elevando a motivação e inserindo o aluno diretamente em um ambiente que o cativa, aumentando o foco no conteúdo.
O cuidado dos pais
Já que se trata de algo altamente imersivo, o cuidado de pais e educadores continua: é preciso estabelecer horários.
Além disso, a questão do controle aqui é muito mais complicada, já que será mais difícil para os pais conferirem o conteúdo visto pelo filho. Os óculos de realidade aumentada, ferramenta indispensável para “entrar” no metaverso, impedem que os responsáveis saibam o que a criança está vendo naquele exato momento. Ainda que haja dispositivos, essa vigilância ficará comprometida. Por isso será preciso estar mais atento que nunca.
E como será o início da implantação do metaverso na educação?
Estamos em um período de expectativas. Depois que começar a ser algo de uso frequente em nosso cotidiano, ainda demoraremos a explorar o potencial da novidade.
Da mesma forma que acontece com consoles de videogame, em que uma nova geração leva tempo para se consolidar, o metaverso não estreará no auge.
Agora é o momento de ter paciência e não deixar de acompanhar as novidades. Assim que pudermos experimentar os diferenciais deste novo leque de possibilidades, possamos também ter insights de como aproveitar melhor cada funcionalidade para a educação.
Conclusão
O Colégio Básico sempre se preocupou em levar aos seus alunos tudo o que pode contribuir com a formação de jovens protagonistas.
Assim que for uma realidade, nosso time estará pronto para atender os desafios e colher os resultados desta inovação para a educação.
Como toda tecnologia, há aqui pontos positivos e negativos, mas com a condução atenta dos educadores e o reforço dos pais, não só o metaverso será real, como também o alto desempenho e o desenvolvimento dos alunos.