Se você usava a internet por volta de 2006, deve se lembrar do saudoso Orkut, que virou uma verdadeira febre entre a garotada e, tão logo quanto veio, foi embora para dar lugar ao Facebook, que continua sendo uma das principais redes até hoje, mas já viu melhores dias. Enquanto a maioria da internet vai para o Instagram e uma outra parte discute de tudo no Twitter, uma parcela do público digital decide fazer piadas, dançar e contar fatos da própria vida em vídeos curtos e repletos de truques de edição no TikTok.
Lançado na China com o nome de Douyin, em 2016, ele partiu para o mundo originalmente com o nome de musical.ly no ano seguinte. Porém, em novembro de 2017, o TikTok comprou o Musical.ly. Depois da compra, o aplicativo ganhou popularidade e se tornou o mais baixado nos Estados Unidos em outubro de 2018. No Brasil, ele ganhou fama no ano seguinte, e cresceu exponencialmente a partir de 2020.
Mas o que é possível fazer com o TikTok?
Basicamente, vídeos curtos. Seja dançando uma música com uma coreografia difícil, cumprindo um desafio local ou global criado pelos próprios usuários, ensinar receitas, fazer piadas, criar montagens, interpretar “dublagens” ou mesmo fazer lives para debater assuntos ou conferir o que alguém pensa sobre determinado tema. Em pouco tempo, a criatividade é capaz de muita coisa nesta plataforma, e o conteúdo pode ser baixado e compartilhado livremente pelo próprio usuário na rede, o que certamente contribuiu com a popularização do TikTok ao redor do mundo, já que todo conteúdo criado por lá só sai da plataforma com uma marca d’água contendo o logotipo da rede e o nome do perfil que o criou, o chamado TikToker, que nada mais é que a pessoa que usa a rede para se expressar na internet e buscar reconhecimento, fama,retribuição financeira por isso ou apenas por diversão.
Para quem o TikTok é recomendado?
Embora possa ser acessado por pessoas de quase todas as idades, existem muitos adolescentes na faixa dos 13 a 15 anos postando na plataforma. A permissão para baixar ou compartilhar vídeos, por sua vez, só é concedida a quem já completou 16 anos de idade. Ainda que o próprio TikTok recomende que o usuário tenha mais de 18 anos para postar seus conteúdos e não permita conteúdos com imagens fortes ou exclusivos para adultos, a curatela dos pais que permitem aos seus filhos utilizarem a plataforma é sempre fundamental. Deixar seu filho ver indistintamente o que a rede exibe, por mais que ela destaque como um de seus maiores diferenciais uma inteligência artificial que oferece somente o conteúdo mais adequado para cada perfil, pode trazer problemas.
O TikTok é para todos, mas alguns conteúdos não. Saber separar as coisas deixa tudo mais seguro. Uma dica é: antes de deixar seu filho usar o aplicativo, defina bem as configurações de segurança e privacidade, converse com ele sobre o que ele curte, assiste e compartilha, já que o algoritmo da ferramenta sempre tenderá a exibir mais destes conteúdos.
Quais os diferenciais do TikTok?
O que mais chama a atenção em relação a esta plataforma é a facilidade como alguém consegue criar um conteúdo inusitado. Enquanto os outros aplicativos de edição de vídeo para celulares são intrincados e complicados, o TikTok tem uma base preestabelecida que é muito fácil de ser usada. Isso garante uma edição dinâmica feita com agilidade.
Além disso, o conteúdo é localizado, o que permite que você veja histórias de pessoas próximas criando uma sensação de comunidade maior do que o de outras redes, definindo o conteúdo a ser acessado de acordo com as pessoas que o usuário acompanha.
O TikTok, assim como o Twitter, dá destaque aos conteúdos que estão em alta, por meio das trends (tendências, em tradução livre). Assim, é possível ficar sabendo rapidamente de algo que está se popularizando.
Some a isso o apoio de celebridades e você terá um combo praticamente perfeito da rede social amada por uma geração: diferenciada, rápida no uso e nas postagens, com conteúdo “feito pra você” e apoiada pelos famosos que os jovens mais gostam..
Quais riscos o TikTok pode trazer?
Como toda rede social, o TikTok prevê a troca de informações entre pessoas. Sendo assim, o que está em risco, antes de tudo, é a privacidade. Seu filho só assiste o conteúdo? O caminho aqui é mais tranquilo, mas ainda deve-se ficar de olho, como já dissemos. Agora, se ele produz vídeos, a vida dele está mais exposta.
E a consequência disso é o inevitável contato com estranhos. Por isso, deve-se redobrar a atenção com mensagens, comentários e todo ou qualquer tipo de abordagem vindo de pessoas de fora do círculo social da criança ou do jovem. Identificar e captar estes sinais logo no início, como em qualquer outra situação, previne possíveis problemas no futuro.
Neste caso, vale conversar com a criança que, de tempos em tempos, você verá com quem e o que ele conversa.
Outro ponto importante a se tomar cuidado é com o cyberbullying. O anonimato garantido muitas vezes pelas contas fake, pode fazer com que a criança sofra discriminações, insultos e provocações pelos conteúdos postados ou simplesmente por estar ali interagindo com alguma publicação.
Conclusão
Vale lembrar que as dicas dadas aqui não são somente para o TikTok, mas para qualquer outra rede social que seu filho usar. Este post não quer, de maneira alguma, vilanizar um aplicativo, apenas alertar para os riscos presentes neste tipo de interação social. Por isso, se seu filho quer baixar o aplicativo para se divertir com os amigos, a melhor maneira é alertando-o sobre os riscos e supervisionando o uso para agir caso necessário.
Assim, como acontece também nas outras redes sociais, o uso responsável e ciente dos riscos diminui as possíveis ameaças e faz a experiência ser como deve ser: leve, interativa e tranquila.
Extra: Glossário de termos do TikTok
#FY
Uma seção do TikTok é o #FY, sigla para for you. Nela, você confere conteúdos feitos por pessoas que você não segue, mas que têm a ver com os seus gostos. A sigla também passou a ser usada por pessoas que enviam ou comentam conteúdos marcando seus amigos e utilizando o termo.
#POV
POV é uma sigla para Point Of View (Ponto de Vista), usado para designar vídeos feitos com a câmera subjetiva, ou seja, que imita a própria visão de uma pessoa. Dessa forma, o espectador faz parte da cena como um personagem que interage com o autor do vídeo.
#IB@
Quando um usuário inspira o outro para a criação dos vídeos, usa-se a #IB (inspired by), seguida do nickname do usuário inspirador, para dar o crédito da ideia.
Flopar e hitar
O primeiro termo significa que o conteúdo não teve sucesso, ou seja, recebeu poucas visualizações, curtidas e comentários. Flopar vem do inglês flop, que significa fiasco, falha. Ao contrário, hitar quer dizer que o clipe viralizou, e vem de hit. Ambos também são usados em outras plataformas, como o Twitter e o Instagram.