E antes que a gente repita essa palavra difícil pelo resto do texto, vamos defini-la: disgrafia é uma condição neurológica que afeta a capacidade de uma pessoa escrever de forma legível e fluida. Embora não afete diretamente a habilidade cognitiva ou a inteligência do indivíduo, a disgrafia pode afetar significativamente sua capacidade de se comunicar por escrito e, portanto, pode afetar o desempenho acadêmico e profissional. Neste artigo, discutiremos o que é a disgrafia, suas causas, como identificar, tratar e como a escola pode ajudar os alunos com essa condição.
O que é a disgrafia?
Em primeiro lugar, a disgrafia é um distúrbio da escrita que afeta a habilidade de uma pessoa de escrever de forma clara e coerente. Essa condição pode variar em gravidade, desde dificuldades leves na escrita até dificuldades significativas que afetam a legibilidade e a capacidade de comunicação do indivíduo. A disgrafia pode afetar pessoas de todas as idades, mas é mais comum em crianças em idade escolar.
O que causa a disgrafia?
As causas da disgrafia não são completamente compreendidas, mas acredita-se que seja uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Alguns estudos indicam que a disgrafia pode estar relacionada a problemas na coordenação motora fina, dificuldades na percepção visual, problemas de atenção e outros problemas neurológicos. Na maior parte das vezes, no entanto, um acompanhamento dos pais e da escola já é capaz de trazer bons resultados.
Sintomas da disgrafia
A identificação da disgrafia pode ser difícil, pois muitas crianças apresentam dificuldades na escrita em algum momento da infância.No entanto, é importante prestar atenção aos sinais de que a dificuldade pode estar relacionada à disgrafia. Esses sinais incluem letras ilegíveis ou mal formadas, dificuldade em manter a linha e o tamanho das letras consistentes e lentidão na escrita.
Além dos sintomas mencionados anteriormente, outras características comuns incluem letras que são escritas muito espaçadas umas das outras, dificuldade em manter uma linha reta e uniforme, e uma tendência a escrever com pressão excessiva no papel. A disgrafia também pode causar dificuldade em copiar informações do quadro ou livro para o papel, e problemas em completar tarefas escritas dentro do tempo estipulado.
Mas calma! Essas características são comuns e esperadas naquela fase em que a criança está iniciando o processo de alfabetização e escrita. No final da Educação Infantil e primeiros anos do Ensino Fundamental, essas pequenas dificuldades aparecem o tempo todo e está tudo bem! Fazem parte do processo.
É importante notar que muitas crianças têm dificuldades iniciais com a escrita e não sofrem de disgrafia. É preciso observar a persistência dos sintomas e a intensidade deles ao longo do tempo para identificar se se trata ou não de um transtorno de escrita.
Os sintomas da disgrafia podem afetar o desempenho escolar e a autoestima das crianças que a sofrem. Por isso, é essencial que os educadores estejam atentos a esses sinais e forneçam suporte e orientação adequados para ajudar os alunos com disgrafia a superar as dificuldades na escrita e a se sentirem mais confiantes em sua capacidade de se comunicar por meio da linguagem escrita.
Tipos de disgrafia
A disgrafia é uma condição que pode ser dividida em três categorias, que são: disgrafia de superfície, disgrafia de linguagem e disgrafia motora.
Disgrafia de superfície
Ocorre quando a criança apresenta dificuldades em escrever palavras que não seguem as regras ortográficas, como palavras irregulares ou que possuem grafias alternativas. Esse tipo de disgrafia tem como características a falta de coerência entre o que a criança escreve e o que ela fala, além de erros de ortografia frequentes.
Disgrafia de linguagem
Caracterizada pela dificuldade em escrever palavras que têm um significado mais abstrato ou conceitual, como adjetivos ou advérbios. Essa categoria de disgrafia tem ligação direta com a compreensão da linguagem e pode ser mais difícil de ser identificada, pois pode ser confundida com dificuldades de compreensão em geral. É importante que os professores estejam atentos a sinais como falta de organização na escrita ou dificuldade em transmitir ideias por meio de palavras escritas.
Disgrafia motora
Categoria mais conhecida da condição e ocorre quando a criança apresenta dificuldades em coordenar os movimentos necessários para escrever, resultando em uma caligrafia confusa e difícil de ser lida. Os sintomas mais comuns são falta de fluidez na escrita, movimentos irregulares e força excessiva no lápis. É importante que os professores e especialistas em educação estejam atentos a esses sinais, para poderem encaminhar o aluno para o tratamento adequado o mais cedo possível.
Como tratar?
O tratamento pode variar de acordo com a causa e a gravidade do problema. Em geral, é importante que uma equipe multidisciplinar, que pode incluir psicólogos, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais, acompanhe a criança.
Entre as estratégias de tratamento, estão:
- Treino motor: exercícios específicos para melhorar a coordenação motora fina e a habilidade de escrever letras e palavras.
- Treino perceptivo: atividades para melhorar a percepção visual e espacial, como jogos e desenhos.
- Treino cognitivo: atividades para desenvolver habilidades cognitivas, como memória, atenção e concentração.
- Uso de tecnologia assistiva: ferramentas como computadores, tablets e softwares podem ser úteis para crianças com disgrafia, já que permitem que elas escrevam sem a necessidade de usar a mão.
É importante ressaltar que o tratamento pode levar tempo e exigir paciência e dedicação tanto da criança quanto dos profissionais envolvidos. Sendo assim, é fundamental que os pais e professores apoiem e incentivem a criança durante todo o processo.
Como a escola pode atuar para ajudar o aluno?
A escola desempenha um papel fundamental no suporte às crianças com disgrafia. Algumas das estratégias que os educadores podem adotar são:
- Uso de recursos visuais: usar cores e formas diferentes para ajudar a criança a visualizar melhor as letras e palavras.
- Adaptação de atividades: criar atividades específicas para trabalhar as dificuldades da criança e estimular a escrita.
- Uso de tecnologia: disponibilizar recursos como tablets e softwares que possam auxiliar na escrita e na organização das ideias.
- Valorização do esforço: é importante que a escola valorize o esforço da criança, mesmo que ela ainda não tenha alcançado um bom desempenho na escrita.
- Incentivo à leitura: a leitura pode ajudar a desenvolver a habilidade de escrita e contribuir para o desempenho acadêmico da criança.
Conclusão
Primeiramente, a disgrafia é um transtorno que pode afetar significativamente o desempenho acadêmico e a autoestima das crianças. Por isso, é importante que pais, professores e profissionais de saúde estejam atentos aos sinais e busquem tratamento adequado o mais cedo possível.
Com um diagnóstico precoce e um tratamento adequado, é possível que a criança com disgrafia desenvolva habilidades de escrita e alcance um bom desempenho escolar. Sendo assim, é fundamental que a escola e a família ofereçam apoio e incentivo durante todo o processo de tratamento e aprendizagem.