Ícone do site Colégio Básico de Campinas

Por que os cinco sentidos são tão importantes para a educação infantil?

Cinco sentidos

Cinco sentidos

Como você sabe que aviões existem? De modo você sabe que o gato mia e não late, que o asfalto é áspero e a pele de um pêssego é lisa e macia? Como você sabe se um perfume é “doce” ou “amadeirado” ou se  o arroz está salgado ou sem sal? A resposta para todas estas perguntas é: por um dos cinco sentidos e, se tudo isso parece muito óbvio hoje em dia, é porque estimulamos  muito nossas habilidades durante a nossa educação infantil.

É quase uma certeza que você, que está lendo este texto agora, passou quando bebê pela fase de colocar tudo na boca. Este período, inconscientemente, é como um auto aprendizado sobre os sentidos do tato e do paladar. Ao observarmos uma criança fazendo o mesmo hoje em dia, é claramente possível ver que ela sente o objeto (e por vezes até o analisa mais atentamente com a visão) e o leva à boca, sentindo o gosto que aquilo pode ter, mesmo que não se trate de um alimento. 

Através dos cinco sentidos conhecemos e entendemos o mundo em que vivemos. Estimular corretamente os cinco sentidos durante a educação infantil é importante para o desenvolvimento da criança, principalmente nos primeiros anos de vida, nos quais há a chamada plasticidade neural, capacidade do sistema nervoso de reorganizar e modificar as suas funções como reação à diversidade do meio.  

Ainda que existam pessoas que tenham a falta de um ou até dois deles, os demais sentidos costumam se aguçar para que mais detalhes do ambiente possam ser percebidos. É por isso que deficientes visuais tendem a ter uma boa audição ou um tato mais desenvolvido, ou que deficientes auditivos tenham um campo visual aumentado. Sentir é conhecer, e o nosso corpo tende a se adaptar de maneira inteligente às mais diferentes realidades. 

Isso só mostra o quanto é interessante e importante estimular os sentidos. E vamos falar um pouco mais sobre cada um deles abaixo:

1 – Tato

Ao tocar nas coisas, o bebê começa a identificar diferentes formatos e texturas. Ele também passa a entender o próprio corpo e a diferenciar as pessoas. O carinho e o toque são essenciais. É possível ainda oferecer utensílios de tamanhos e estruturas diferentes para que os pequenos aprendam a explorar este sentido com amplitude.

Vale lembrar que os bebês começam a desenvolver o tato já no útero.  Depois de nascerem, eles podem ser estimulados com o contato pele a pele, recomendado já nos primeiros momentos de vida, colocando o recém-nascido no colo, abraçando, ninando e o amamentando.  

À medida que ele cresce, podemos oferecer novas texturas, como tecidos finos, esponja, pincel macio, brinquedos de pano, de plástico atóxico, bonecos de crochê, entre outros, estimulando tanto as mãos quanto os pés.

2 – Olfato

Um dos sentidos mais apurados do bebê, pois, desde antes de enxergarem com clareza, já conseguem reconhecer a mãe pelo cheiro e são atraídos pelo odor do leite materno. 

Cheiros fortes fazem mal para as crianças. Por isso, deve-se evitar o uso de perfumes com aroma acentuado e produtos de higiene e limpeza perto dos pequenos. Fumar perto do bebê está fora de cogitação, assim como segurar o bebê logo depois de fumar.

Para estimular esse sentido, passeie com o bebê em parques para que ele sinta os cheiros da natureza. Durante o banho, utilize cheirinhos suaves e diferentes. Na hora de cozinhar, coloque-o perto de você para que ele sinta o cheiro dos temperos e ingredientes.

3 – Visão

O último sentido a se desenvolver é a visão. Aos seis meses, o bebê começa a enxergar melhor e passa a ser atraído por cores e formas. Nesse período, é importante ficar no campo de visão da criança, sorrir e interagir com elas. Para estimular a visão, o ideal é utilizar objetos coloridos e não expor os pequenos à televisão por muito tempo.

4 – Audição

Antes de nascer, os bebês já escutam e aprendem com sons. Por isso, na gestação, é fundamental conversar, contar histórias, cantar e tocar instrumentos. Esse estímulo deve continuar também depois do nascimento. Mesmo que ainda não falem, os bebês continuam se desenvolvendo a partir da fala dos cuidadores e pessoas mais próximas.

Também é importante garantir momentos de silêncio, para ajudá-lo a perceber a diferença e também para que se estabeleçam pontos claros na rotina, como a hora de dormir, onde a ausência de sons e luz inclusive auxiliam no processo.

5 – Paladar

O paladar aparece no terceiro trimestre de gestação. Nesta fase, o bebê sente os sabores através do líquido amniótico.  

Nos primeiros seis meses, o bebê se alimenta apenas com leite materno. Depois disso, novos sabores podem ser explorados na fase de introdução dos alimentos sólidos. É aí que este sentido continua a se aprimorar. A primeira de todas as sensações de sabor experimentadas pelo bebê é a doce, com as demais sendo feitas ao longo do crescimento da criança. 

Para isso, é importante ofertar alimentos de sabores variados, assim como texturas diversas. Com isso, cria-se um rico repertório de sentidos ao mesmo tempo em que se estimula o hábito de comer de tudo.

O estímulo dos cinco sentidos na educação infantil

Partindo do princípio de que o educador tem a função de trabalhar o desenvolvimento da criança, na escola a missão de um professor ou cuidador é também guiar as descobertas feitas pela criança por meio dos sentidos. Experiências que brinquem com o visual, músicas que trabalhem a audição, atividades que tragam diferentes texturas para serem tocadas e pisadas, entre tantas outras, ajudam a criar uma bagagem sensorial importantíssima para as crianças. 

Da mesma forma estas atividades também têm o importante papel de fazer com que a criança perca o medo ou a aversão a determinada sensação, ao mesmo tempo em que entende como reagir quando algo não está com a aparência, cheiro ou gosto correspondente, como no caso de uma fruta ou comida estragada.

Conclusão

Os cinco sentidos são  fundamentais para a descoberta do mundo e, quanto antes forem estimulados, melhor a criança aprende sobre o mundo e sobre si mesma.  Não podemos nos esquecer que estas experiências, brincadeiras e situações, devem ser sempre proporcionadas num ambiente adequado, dando aos pequenos o devido tempo de exploração e principalmente que sejam prazerosos e interessantes, estimulando assim a concentração dos pequenos e o envolvimento total na atividade.

Sair da versão mobile