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Hebiatra: quem é esse profissional e por que ele é importante para o seu filho adolescente

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O início da adolescência é marcado pela mudança no tom de voz e a barba começando a crescer nos meninos. Já nas meninas, a mudança no corpo é bastante visível. Se você já é adulto, com certeza passou por essa fase e deve se lembrar como se sentiu desconfortável em muitos momentos, e talvez, envergonhado com essas mudanças “repentinas e inesperadas”. Para pais com filhos nessa idade, é difícil saber como lidar ou ajudá-los  em determinadas situações que acompanham a adolescência. É por isso que vamos contar aqui um pouco mais sobre essa especialidade que é relativamente nova e ainda pouco falada no Brasil, a hebiatra.   

A especialidade que começou em 1974 foi reconhecida no Brasil em 1998. E, para quem não sabe, o hebiatra nada mais é do que um pediatra com especialização nas “crianças mais velhas”, ou seja, os adolescentes. Esse profissional é a pessoa mais preparada para lidar com temas próprios da adolescência, como crescimento, amadurecimento, puberdade etc. Para eles, os cuidados com um adolescente devem se pautar em garantir a saúde dos jovens, por meio da atenção ao desenvolvimento e a comportamentos típicos da idade. 

O que é a adolescência, afinal?

Se você conversar com alguém que passou a infância e o começo da vida adulta antes dos anos 1950, verá que o conceito de adolescência muito provavelmente nem existia no imaginário popular. Da segunda metade do século passado pra cá, no entanto, os adolescentes “surgiram” e começaram a ter cada vez mais espaço. Fatores como a vida nas cidades, a entrada mais tardia no mundo do trabalho e o aumento da superproteção dos pais favoreceram a criação de um “estágio de vida” entre a infância e a vida adulta.

No Brasil, esta fase vai dos 12 aos 18 anos, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Já a Organização Mundial de Saúde (OMS) define o período da adolescência dos 10 aos 19 anos, porém podendo ter ainda três fases: a pré-adolescência (10 aos 14 anos); a adolescência (dos 15 aos 19 anos) e a juventude (dos 15 aos 24 anos). 

Passar por um período tão longo sem um bom acompanhamento pode ser difícil. Sendo assim, é natural que as famílias venham recorrendo cada vez mais a profissionais da saúde com conhecimentos específicos sobre as fases de cada pessoa, inclusive a adolescência. E é aí que entra a figura do Hebiatra.

Por que um hebiatra e não um pediatra?

Primeiro, porque a formação é diferente: para tornar-se hebiatra é necessário frequentar a formação da pediatria e cursar mais dois anos em psicologia do adolescente. Somente dessa forma este profissional estará habilitado para tratar de adolescentes e auxiliar de maneira efetiva seus pacientes.

Depois, porque os temas comuns desse período exigem um cuidado muito específico na abordagem, principalmente quanto à descoberta da sexualidade. Ter alguém com conhecimento da psicologia focada nesse período da vida é um importante diferencial no momento de evitar traumas e promover uma transição mais tranquila para a vida adulta.

Ainda sobre a sexualidade, outro ponto importante é o de prevenção de doenças. Nesta parte, o hebiatra deve ser um ponto de auxílio muito importante para o jovem, conscientizando sobre os riscos e promovendo a maturidade de pensamento a respeito das consequências das decisões tomadas.

Quando mudar?

Varia. Normalmente, a transição é marcada para as meninas a partir da primeira menstruação. Para os meninos, entretanto, essa mudança não é bem delimitada, e muitas vezes ocorre quando há suspeita de alterações de crescimento ou nos outros sintomas mais comuns dessa fase.

Além disso, esse profissional é muito importante para a detecção de doenças que,muitas vezes, a família sequer poderia imaginar que aquele jovem tivesse,  como hipertensão, diabetes, alterações posturais e de coluna, dentre outros.

Conclusão

A adolescência é uma das fases de maior complexidade na vida de uma pessoa, na qual as mudanças físicas trazem impactos psicológicos. Aliando tudo isso à pressão social exercida pelos colegas, as diferenças e conflitos de gerações e um desejo muito grande de testar os próprios limites, algo muito comum neste período, o adolescente precisa de um suporte físico, emocional e social para passar pelos novos desafios de uma forma mais tranquila e harmônica. 

Por isso, o hebiatra surge mais do que como um médico,e sim como um amigo e orientador. Aqui, mais do que uma consulta médica, está o lado da escuta e da compreensão dos medos e angústias desse adolescente.

Somente assim, preparados para ouvir, é que poderemos cuidar dos jovens dessa geração da maneira que eles precisam, oferecendo auxílio sempre que necessário.

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